quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Correnteza

Estou sentado aqui na grama sozinho, sem ninguém por perto, encostado numa árvore, olhando o horizonte, com a visão meio embaçada pela fumaça do cigarro que queima na minha boca, que queima minha garganta, meu interior...esquentando o que já há algum tempo está frio.
Observo dois galhos que fluem juntos com a leve correnteza do rio frio e escondido que está a alguns metros de mim. Queria que um dia nós voltássemos a nos encontrar, e pudéssemos percorrer, juntos, um caminho que nos mantivesse unidos, assim como esses dois galhos, que sendo diferentes e imperfeitos, se encontraram num momento qualquer, se entrelaçaram e passaram a ser levados pela força maior da água em que estavam, guiados a alguma direção, ao tudo ou ao nada. Quem dera eu ser guiado junto com você a alguma direção...
Mas eu estou aqui sentado sob um sol de fim de tarde, sozinho. Tentando encurtar a distância dos desejos do coração e da cabeça. Pensando no que eu fiz da minha vida e no que a vida fez de mim.
Não dá pra dizer que eu deixei a correnteza me levar (assim como os dois galhos são levados) e deu no que deu. Não foi assim. Fiz minhas escolhas e algumas deram drasticamente erradas. Me resta agora ter esperança no futuro, mesmo que seja uma breve esperança. Esperança de um dia, do seu lado, aprender a amar. Aprender a te amar.